Campanha de Vacinação Contra a Pólio no Assentamento de Refugiados do Lóvua, Lunda Norte, Angola

Campanha de Vacinação Contra a Pólio no Assentamento de Refugiados do Lóvua, Lunda Norte, Angola

"Estou muito feliz porque as minhas crianças estão protegidas contra a doença da poliomielite" Lucie Lusungu

Em meio ao caos, por vezes, só se encontra alento longe de casa. As lembranças ficam para trás, pois a segurança vale mais do que tudo. A experiência da migração é um factor determinante da saúde e do bem-estar. Lucie Lusungu e a sua família fazem parte das 82,4 milhões de pessoas em todo o mundo que, segundo a Agência da ONU para Refugiados, são forçadas a deslocar do seu país, tornando-se vulneráveis a problemas de saúde, sociais e mentais.

Situado na província de Lunda Norte em Angola, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a República Democrática do Congo, o Assentamento de Refugiados do Lóvua representa um refúgio seguro para Lucie Lusungu e milhares de famílias, oferecendo abrigo e serviços essenciais como o acesso aos cuidados primários de saúde através da Clínica do Assentamento, que serve a comunidade nas áreas de nutrição, pediatria, saúde reprodutiva, prevenção de casos de HIV, Malária e Tuberculose.

Após Angola ter registado casos de poliomielite provenientes de países vizinhos, a luta contra a poliomielite ganhou força no assentamento de refugiados do Lóvua. Com mais de 1.700 crianças vulneráveis a residir no assentamento, a campanha de vacinação contra a pólio, implementada pelo Ministério da Saúde de Angola com o apoio técnico e financeiro da Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF e outros parceiros traz tranquilidade para Lucie e as outras famílias. Agora, as famílias podem ter mais confiança num futuro saudável para os seus filhos, sabendo que não serão afectados pelo poliovírus.

"Esta campanha de vacinação é bem-vinda aqui no campo, pois a clínica do assentamento está perto das fronteiras, onde há entrada e saída." Maria da Graça, Directora da Clínica do Assentamento do Lóvua, IEIA/ACNUR.

As famílias tiveram a oportunidade de receber as vacinas na Clínica do Assentamento e as equipas de vacinação foram de porta em porta para garantir que nenhuma criança fosse deixada para trás. Os técnicos de saúde, mobilizadores, registadores, vacinadores e todas as forças vivas envolvidas contribuíram para o sucesso desta iniciativa, demonstrando o compromisso do Ministério da Saúde de Angola e da OMS em promover a saúde infantil, e fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis.

"Sinto-me grato por poder contribuir para a protecção das crianças. Desde que começámos com a campanha de sensibilização e mobilização, os moradores estiveram de braços abertos e alguns até nos têm seguido para garantir que todas as crianças sejam vacinadas," Francisco Cavula, mobilizador da campanha no assentamento de refugiados

Como resultado do trabalho louvável do Ministério da Saúde e dos parceiros no reforço da imunização, Angola tem-se mantido livre do poliovírus selvagem desde julho de 2011 e declarou oficialmente a interrupção da transmissão da poliomielite em Novembro de 2015. Infelizmente, este ano, Angola registou outras variantes do poliovírus a partir de amostras ambientais e de crianças susceptíveis. Como resposta, foi levada a cabo uma campanha nacional de vacinação contra a poliomielite de 17 a 19 de Maio de 2024, para atingir mais de 5,5 milhões de crianças com menos de cinco anos. Esta iniciativa visa proteger as crianças contra a ameaça da poliomielite, uma doença debilitante que pode causar paralisia permanente.

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
Escritório da OMS em Angola
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